Vejam algumas fotografias e a peça de teatro:
A peça de teatro foi escrita no computador. Os informáticos trabalharam arduamente.
Os artist
as plásticos concentrados na sua arte.
Os cenógrafos trabalharam com muito profissionalismo...
E os cenários ficaram lindíssimos!
O cartaz ficou muito original e o convite fez as delícias dos convidados
Os últimos ensaios. Os convidados já estão a chegar.
O espectáculo foi um sucesso e os convidados adoraram.
Peça de Teatro
“O Segredo do rio”
Miguel Sousa Tavares.
Apresentador: (A acção desta história passa-se no campo, onde se situa uma pequena casa branca, rodeada por um pomar. Junto da casa, passa um ribeiro com água límpida e transparente. Está um belo dia de Verão, o sol brilha radiante e sente-se no ar, uma suave brisa perfumada. O narrador entra em cena, apresentando um ar alegre e simpático, envergando roupas coloridas e alegres. Como música de fundo ouvem-se os sons da Natureza).
Narrador (movimentando-se alegremente): - Bom dia senhores e senhoras, meninos e meninas, tenho a honra de vos apresentar, uma extraordinária peça de teatro, cujo nome se intitula “ O Segredo do rio”. Acomodem-se, confortavelmente, nos vossos lugares, pois esta história irá levar-vos numa viagem, cheia de imaginação e emoção. Estejam com muita atenção para tentarem descobrir o nosso segredo.
(O narrador sai lentamente de cena e entra o menino que se aproxima do rio).
Menino (dirigindo-se a saltitar para o rio): – Que lindo dia que está hoje! Ufa que calor, vou banhar-me no rio para me refrescar.
(O narrador entra em cena, falando baixinho com um ar misterioso.)
Narrador: - O menino brincava alegremente quando, de repente, ouviu um barulho estranho dentro da água. Apesar de estar muito assustado, o rapaz aproximou-se lentamente para ver o que era. Subitamente, saltou de dentro de água uma criatura muito esquisita.
(O narrador sai de cena afastando-se discretamente).
Peixe (com um ar divertido, olhando para o menino): - Olá rapaz!
Menino (com um ar surpreendido respondeu gaguejando): - O… o...olá, acho eu! Mas tu falas como os hu….humanos!
Peixe (com um ar muito vaidoso): - Falo sim, aprendi a falar a vossa língua, porque vivi durante muitos anos num aquário, junto de uma família que cuidava muito bem de mim e que falava muito comigo. Foi assim que eu aprendi a falar a linguagem dos humanos.
Menino (com um ar curioso): - Mas como vieste aqui parar?
Peixe (com um tom de voz triste): - À medida que o tempo foi passando, eu fui crescendo, crescendo e tornei-me numa carpa muito grande. O aquário tornou-se muito pequeno para mim e o meu dono levou-me para o rio dando-me a liberdade. Agora estou sozinho e à procura de um lugar para viver.
Menino (com um ar satisfeito): - Eu tenho uma solução para o teu problema! Podes ficar aqui neste rio, assim já tenho um companheiro para as minhas brincadeiras, mas ninguém pode saber que tu falas, vai ser o nosso segredo!
(O narrador entra em cena com um ar muito alegre).
Narrador: - Os dias foram passando, a carpa e o rapaz tornaram-se grandes amigos, companheiros de brincadeiras. Mergulhavam no fundo do rio e brincavam com a bola. Mas dias difíceis aproximavam-se. (O cenário muda dando lugar a uma imagem de seca, o narrador continua a falar com uma voz muito triste) Com a chegada do Outono, o tempo continuava muito quente. Os frutos das árvores dos pomares apodreciam, a Natureza ia secando e os alimentos começaram a escassear.
(O narrador e o peixe saem discretamente de cena, enquanto se muda o cenário. Com o cair da noite entram em cena os pais do menino que conversam na casa sem se aperceberem da presença do rapaz que se encontra escondido).
Pai (com um ar preocupado): – Não sei o que vamos fazer mulher, estou muito preocupado com esta situação! Já não temos comida. O que vamos dar aos nossos filhos?
Mãe (com um ar terno e afectuoso): – Não te preocupes homem, havemos de arranjar uma solução! Tudo se há-de resolver! (De repente, a mãe dá um salto.) Já sei! Lembrei-me. No outro dia, vi no rio uma carpa enorme, se a apanharmos temos alimento para, pelo menos, dois meses!
Pai (com um ar mais satisfeito): - Que bom! Amanhã de manhã, vou para o rio apanhar esse peixe. Estamos salvos!
(O narrador entra em cena com um ar muito preocupado.)
Narrador: - O menino, que estava escondido atrás da porta, ouviu a conversa dos pais e decidiu avisar o seu amigo peixe.
(O narrador sai lentamente de cena, ao mesmo tempo que surge o menino a correr para o rio, gritando pela carpa).
Menino: - Amigo, amigo, onde estás?
Peixe (surgindo da água): - Estou aqui amigo!
Menino (quase sem fôlego): - Tens que partir! Os meus pais estão a planear apanhar-te para te comer. Tens que fugir para bem longe!
Peixe (com um tom de voz triste e a choramingar): - Custa-me muito deixar-te sozinho, mas hei-de voltar, assim que possa, para te ver!
(Com uma voz melancólica surge novamente o narrador, com outro cenário).
Narrador: - O peixe afastou-se, deixando – o a chorar. Os dias foram passando e o menino sentia-se cada vez mais solitário, a situação foi piorando, havia cada vez menos comida. (Dá-se uma mudança de cenário, o menino e as árvores desaparecem). – Durante a sua viagem, o peixe descobriu um barco naufragado, lá dentro encontrou várias latas de conserva com comida, lembrou-se logo do seu amigo e colocou as latas numa rede. Pediu a duas raposas que passavam por ali que o ajudassem a arrastar a rede.
Peixe (surgindo à superfície): - Bom dia amigas raposas, podiam ajudar-me a arrastar esta rede com comida, para levar ao meu amigo que está a passar por grandes dificuldades?
Raposas (falando em coro): - Claro que sim! Ajudamos-te com muito gosto!
(Surge o narrador em cena, ao mesmo tempo que aparece a lua e as estrelas, fala com uma voz suave).
Narrador: - As duas raposas ajudaram o peixe a arrastar a rede e, finalmente, chegaram de noite ao destino, à frente da casa do rapaz. Entretanto, o menino, que estava à janela, viu uma sombra na água, pensou logo no seu amigo e precipitou-se, de imediato, para junto do rio.
(O narrador sai de cena discretamente).
Menino (agitado e cheio de emoção): - És tu amigo voltaste.
Peixe (emergindo da água): - Sim voltei!
(Surge o narrador com voz de emoção)
Narrador: - Os dois amigos abraçaram-se com muita ternura, o peixe contou que tinha voltado, porque tinha a solução para os seus problemas e começou a contar a sua aventura.
(Mudança de cenário onde surge o dia, em que o narrador continua a falar).
Narrador: - No dia seguinte, o rapaz contou a novidade aos pais, mas sem nunca revelar o seu segredo. O pai, por estar muito agradecido, colocou no rio uma placa de madeira, com a seguinte inscrição: “proibido pescar neste local.” Ao amanhecer, o rapaz colocou outra placa a dizer: (Todos os actores): -“Este rio tem um segredo e esse segredo é só meu.”
(Actividades no âmbito do PNEP)